Pedro Rocha e Melo: "Queremos lançar serviços que facilitem a vida às pessoas"

2018
24-01-2018

A Brisa, através da Via Verde, tem feito uma forte aposta na mobilidade sustentável. Em 2017, lançou dois serviços de mobilidade partilhada e, em 2018, prepara-se para lançar novos serviços focados na eficiência, tanto para os utilizadores como para as cidades. Pedro Rocha e Melo, vice-presidente da Brisa, garante que o objetivo é "facilitar a vida às pessoas". O objetivo da Brisa é ser a marca de referência da multimobilidade e mobilidade sustentável em Portugal? A ideia é ser uma marca que oferece soluções às pessoas. Achamos que o futuro da mobilidade tem que ver com conveniência e soluções alternativas para as necessidades específicas de cada um de nós. O lançamento de produtos na área da mobilidade partilhada, como a DriveNow ou a Via Verde Boleias, procura responder às necessidade de hoje ou antecipar o futuro? Penso que as duas coisas. No caso da DriveNow [serviço de carros partilhados que só existe em Lisboa], temos 20 mil pessoas registadas e já fizemos 50 mil viagens em três meses. Isto significa que já havia uma necessidade latente. Mas também pensamos que o futuro tem muito que ver com este tipo de soluções que dão resposta às questões da eficiência – o preço do carro partilhado inclui todos os custos e também é uma solução muito favorável para as cidades. Está previsto o lançamento de novos serviços este ano? Sim, e procuramos integrá-los da melhor forma possível, para facilitar a vida às pessoas. No site da Via Verde já damos acesso às várias apps de mobilidade que temos, como a DriveNow, a Via Verde Boleias ou a Via Verde Estacionar. Os produtos e serviços que vamos lançar vão ao encontro dos valores que achamos que têm que ver com a mobilidade do futuro: conveniência, eficiência, sustentabilidade e que criem maior segurança. Um instrumento que poderá ser muito útil é ter um lugar onde possamos ter informação integrada das várias soluções em vários pontos [das cidades]. Os utilizadores têm dado um feedback positivo a estas soluções de mobilidade? Dão-nos muito feedback nesse sentido. Mas o melhor feedback é se, além de descarregarem as apps, utilizam os serviços. Na Via Verde Estacionar já temos uma média de 1500 utilizações por dia. As autarquias também estão interessadas em oferecer este tipo de serviços? Sem dúvida. Estas soluções são muito interessantes para as pessoas, para as cidades e para os gestores de infraestruturas, porque são muito convenientes e eficientes para as pessoas e para as cidades. A DriveNow, por exemplo, é eficiente para as cidades no sentido em que substitui muitos carros próprios, além da eficiência ligada à sustentabilidade ambiental. O Via Verde Transportes é um serviço que está a funcionar em modo piloto com a Fertagus. Como está a correr? Há aqui um tema importante que é a integração de sistemas. Uma coisa é utilizar o Via Verde Estacionar e estar parado a fazer o pagamento, outra é estarmos em transportes públicos, em que é necessária uma conectividade muito rápida e simples. Estamos a testar diferentes sistemas de conectividade, sempre com o telemóvel, para que quando o serviço for lançado seja, de facto, muito prático para as pessoas. Na Lisbon Mobi Summit vai debater "Os desafios e uma nova ambição para a mobilidade". Que desafios e ambições são essas para a Brisa? As inovações tecnológicas, a transformação digital, a conectividade e a partilha vão transformar a mobilidade. Vão trazer novas soluções convenientes, de fácil acesso, simples e que vão fazer que haja alternativas que sirvam os desejos específicos de cada pessoa no seu dia-a-dia. Depois há a eficiência para as pessoas – têm de ser soluções baratas – e para as cidades, indo ao encontro da sustentabilidade ambiental e económica. Por último, soluções que ofereçam mais segurança. E é isso que vai acontecer. O que é que falta para Portugal dar um passo em frente nesta área? Talvez nos falte a capacidade de trabalhar mais em conjunto e de forma concertada entre entidades nacionais públicas e privadas. Se o conseguirmos fazer, penso que, rapidamente, podemos ser um case study para o futuro.

Catarina Cruz

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