De bicicleta, a pé ou de elétrico. Vamos mover-nos sem poluir?
'Feira da Mobilidade- Lisboa Vive a Rua' decorre até este domingo na Praça do Comércio, a lembrar que o mundo está a mudar e temos de mudar com ele. Há atividades, música e animação grátis para toda a família. A duas ou quatro rodas.
Pouco passava do meio-dia quando Inês Silva, 39 anos, chegou de bicicleta à Praça do Comércio, equipada a rigor e com um sorriso tão cansado quanto feliz. Afinal, a engenheira ambiental levava 3 horas e 36 segundos nas pernas, a pedalar desde o percurso ribeirinho de Vila Franca de Xira até ao centro histórico de Lisboa. Inês foi uma das largas dezenas de pessoas a aderirem ao apelo da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) que juntou as margens norte e sul de Lisboa num super passeio de bicicleta a convergir na praça que serve de palco à 'Feira de Mobilidade – Lisboa Vive a Rua', onde se celebra a Semana Europeia da Mobilidade sustentável. No Tejo, mesmo em frente, pequenos veleiros, catamarãs ou navios cruzeiros agitavam as águas em rotas distintas, confirmando que fomos todos feitos para nos movermos. Temos é de reaprender a fazê-lo.
O evento organizado pela CML em parceria com o Portugal Mobi Summit congrega uma série de atividades lúdicas e pedagógicas em torno da mobilidade, desde formação da ANSR sobre como conduzir trotinetas em segurança, como carregar o carro elétrico em casa com as soluções da EDP, circuitos com regras de trânsito para os mais novos, da Via Verde e da PSP, jogos e diversões várias, como pistas para corridas de karts ou test-drives de veículos e motos elétricas, entre muita música e animação grátis para toda a família, até domingo.
“A bicicleta já faz parte do meu modo de vida, uso-a nas deslocações para todo o lado em Vila Franca, recomendo vivamente e já eduquei a minha filha, que está a fazer 6 anos, a ir também para escola de bicicleta”, assegura Inês Silva, esta mãe do novo milénio. Se todos os munícipes fossem como ela, não só as emissões de gases estariam mais baixas, como a vida do vice-presidente da Câmara de Lisboa, com o pelouro da Mobilidade, estaria muito mais facilitada.
Filipe Anacoreta Correia, que visitou os vários stands presentes na feira no período da manhã, está numa corrida contra o tempo para alcançar a neutralidade carbónica em 2030 e a esforçar-se por implementar “soluções de mobilidade mais sustentáveis, em particular com o maior recurso ao transporte público e às bicicletas partilhadas”.
As Gira, em particular, estiveram representadas no stand da EMEL, e o seu presidente Carlos Silva revelou-nos que até ao fim do ano haverá mais seis estações de bicicletas na capital e mais 500 veículos disponíveis. Quem visitar o stand pode ainda conhecer o Ricardo Nunes, um mecânico especializado em bicicletas da EMEL e inscrever-se num dos workshops que a empresa faz com informações básicas sobre o manejo e arranjo de problemas simples. “Já fizemos dois workshops e esgotaram” afiança Carlos Silva, que revela a intenção de fazer a eletrificação de 400 das suas bicicletas convencionais nas suas oficinas até março de 2024.
Para a saúde ambiental contam igualmente outro tipo de transportes mais limpos, como os navios da Transtejo 100% elétricos já encomendados, ou a continuação do esforço de eletrificação dos autocarros, que estará a rondar os 80% muito em breve. Lisboa está também a receber 15 novos elétricos articulados zero emissões, que vão operar sobretudo na linha ribeirinha.
Contributos importantes, mas que não dispensam a transição dos veículos a combustão para os elétricos, que estiveram representados no evento com as marcas BMW, Mini e Silence Portugal, disponíveis para test-drives, bem como motociclos e trotinetas.
Uma nova era elétrica que requer igualmente novas soluções de abastecimento, neste caso, carregamento. No stand da EDP são resolvidas dúvidas dos consumidores a este respeito e demonstradas as soluções EDP Charge, que também permitem monitorizar os carregamentos remotamente através de uma app.
Porque estamos na era digital, mas com imperativos de uma maior segurança rodoviária, também a Fidelidade apela os visitantes a descarregarem a sua aplicação até fins de outubro, o que, para além de vauchers, os habilita ao sorteio de um Skoda elétrico a 16 de novembro. Necessário é permitir que a qualidade da sua condução seja creditada com pontos, sendo que quantos mais pontos tiver, mais chances terá de receber o prémio.
A preocupação com a segurança rodoviária é um tema transversal a uma mobilidade mais inteligente. Por isso, o presidente da ANSR, Rui Ribeiro, fez questão de estar presente na inauguração da feira para lembrar os novos aderentes da mobilidade suave que “as regras do Código da Estrada devem ser respeitadas por todos e o seu incumprimento tem consequências”. Tal como há limites de velocidade, também há limites à percentagem de álcool no sangue para os condutores de bicicletas e trotinetas.
Na mesma linha, e começando com as idades mais novas, o stand da Câmara Municipal de Lisboa disponibiliza atividades em diferentes formatos sobre educação ambiental e de segurança rodoviária. Por um mundo melhor.
Carla Aguiar
