França investe milhões em rede e subsídios para a mobilidade elétrica
O governo francês vai gastar 200 milhões de euros até 2027 na criação de milhares de postos de carregamento para veículos elétricos. A intenção é acelerar a adoção desta tecnologia pelas classes médias, com subsídios à compra que podem ir além dos 7 mil euros.
A França anunciou que vai subsidiar a expansão da rede de carregamento de automóveis elétricos em 200 milhões de euros, verba que será adicionada a investimentos já existentes. Paris tenciona incentivar equipamentos residenciais coletivos e, para democratizar as vendas, será aumentado subsídio de aquisição de viaturas elétricas baratas, até agora de 7 mil euros, mas que terá um valor superior ainda não definido. A intenção do governo francês é atingir 400 mil postos de carregamento já em 2030, dos quais 50 mil rápidos.
A Europa está atrasada na instalação de carregadores de automóveis elétricos, sobretudo na comparação com a China. O mercado chinês vale 10 mil milhões de euros por ano e tem 1,7 milhões de carregadores. Os números da UE equivalem a menos de metade: negócio de 4,1 mil milhões de euros e número de postos que apenas recentemente passou os 500 mil. Os operadores dizem que dentro de dez anos a rede de carregamento terá de incluir pelo menos 6 milhões de postos em toda a UE.
O investimento francês tem por objetivo cumprir o programa europeu de eletrificação da mobilidade, que prevê até 2025 a instalação de postos de carregamento rápido à distância mínima de 60 quilómetros em todos os itinerários principais (e a França tem muitas destas estradas). Neste momento, o país possui 110 mil postos de carregamento, ou 170 por 100 mil habitantes.
No ano passado, o ritmo de instalação foi de 3 mil por mês, mas a essa velocidade seriam construídos apenas 250 mil postos de carregamento e a rede ficaria a 90% do que se pretende. Alguns operadores dizem que 400 mil postos não deve chegar, tendo em conta que haverá em 2035 uma frota automóvel eletrificada dez vezes maior do que a atual. Nesse ano, terminará na Europa o fabrico de novos carros a combustíveis fósseis.
A questão ambiental é decisiva na estratégia de investir na eletrificação acelerada do parque automóvel. Em setembro, 19,1% das novas matrículas em França corresponderam a automóveis totalmente elétricos. A rede de carregamento quadruplicou em apenas 4 anos, mas em 2022 o setor dos transportes ainda foi responsável por um terço das emissões de gases com efeito de estufa.
Os carregadores subsidiados serão de três categorias: residencial colectivo, estrada e postos para pesados. Também está previsto um sistema de leasing social que permitirá à classe média aceder à compra de viatura elétrica gastando apenas 100 euros por mês. Outra medida deverá facilitar às empresas a renovação das frotas com veículos elétricos.
