
Honda adere aos carregadores da Tesla

Tesla de Elon Musk já domina mais de dois terços do mercado americano de estações de carregamento dos carros elétricos.
A marca japonesa Honda chegou a um acordo com a Tesla para usar os carregadores da construtora americana em território dos EUA. Com esta nova adesão, a Tesla reforçou a liderança no carregamento de carros elétricos, uma das questões mais sensíveis da nova tecnologia. O acordo é válido para os modelos que a Honda tenciona lançar no mercado americano em 2025. Até lá, os compradores desta marca terão duas possibilidades de carregamento.
A decisão surge poucas semanas depois de outra marca presente no mercado americano, a Mercedes-Benz, ter decidido aderir à norma proposta pela Tesla, que é considerada mais fiável pelos especialistas. Este carregador chama-se NACS e compete com uma tecnologia denominada CCS, que é cada vez mais minoritária na América do Norte. Já são várias as marcas com acesso às estações de carregamento que a Tesla está a construir nos EUA e Canadá, entre elas Ford e GM, os grandes construtores americanos, que também estão a entrar no carro elétrico e cuja adesão à norma da Tesla foi um golpe devastador para a CCS.
Com a adesão da Honda, a marca de Elon Musk tem agora um domínio do carregamento superior a 70%. Entretanto, várias marcas (incluindo a Honda) juntaram-se num consórcio que pretende lançar uma infraestrutura continental de carregadores. Este consórcio junta construtores europeus, sul-coreanos e norte-americanos. Se a rede for construída, os proprietários dos veículos poderão dispensar o uso das estações de carregamento da Tesla, embora a norma dos carregadores possa até ser idêntica.
A Mercedes, que vai usar a NACS, tenciona construir uma rede de 400 estações de carregamento nos Estados Unidos, com pelo menos 2500 carregadores de alta capacidade.
Neste contexto, a norma CCS dificilmente poderá resistir. O carregamento dos carros elétricos é um aspeto crucial na compra de um destes veículos. Considerando a velocidade a que esta tecnologia entrou no mercado, será necessário expandir a rede de carregamento. Isto é dispendioso e tem o risco de ser adotada a norma perdedora, como aconteceu em outras indústrias, por exemplo, na adoção dos equipamentos de vídeo.
O crescente domínio da empresa de Musk no carregamento de veículos elétricos poderá ser um grave problema para a Toyota. A marca japonesa lidera em vendas, mas sobretudo nos carros convencionais. Isto pode mudar depressa.
No segundo trimestre deste ano, foram vendidos nos EUA cerca de 300 mil carros elétricos e a Tesla vendeu 175 mil destes veículos. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, houve um crescimento de 48%, o que mostra uma eletrificação veloz do parque automóvel. O domínio da Tesla nos carregadores assegura que ninguém vai contestar a sua liderança num segmento automóvel com grandes perspetivas de negócio.