Mais 30% de utentes do passe Navegante em três anos

2023
26-06-2023

A experiência de reduzir tarifas e de criar um passe metropolitano aumentou o número de passageiros entre 2019 e 2022

O Governo e as maiores autarquias estão a apostar em esquemas de redução de tarifas para estimular o uso de transportes coletivos. Em 2019 foi lançada uma ambiciosa iniciativa governamental, o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART). As medidas mais importantes estão em prática nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde os passes sociais passaram a ter apenas dois preços, com a introdução de passe grátis para algumas fatias da população.

O investimento total ao abrigo do PART, em cinco anos, soma cerca de 800 milhões de euros a nível nacional, mas o resultado é ainda difícil de perceber, pois o programa coincidiu com a pandemia. Se olharmos para a situação na zona metropolitana de Lisboa entre 2019 e 2022 (dois anos comparáveis), houve uma subida de 30% no número de utentes do passe metropolitano (cujo preço caiu para 40 euros em Lisboa e Porto). No ano passado houve quase 5 milhões de carregamentos na zona metropolitana de Lisboa.

Apesar desta subida impressionante, a receita tarifária baixou, de 446 milhões de euros em 2019 para 367 milhões em 2022. A compensação do PART aumentou de 70 milhões de euros em 2019 para 141 milhões em 2022. Isto tem custos para os contribuintes, mas a utilização do sistema reage às descidas de preço. Os transportes da zona metropolitana de Lisboa custam mais de 500 milhões de euros por ano e a receita tarifária baixou de 84% do custo total em 2019 para 69% em 2022. No entanto, milhares de famílias de Lisboa e Porto pouparam dezenas de euros mensais.

Já depois da pandemia, foram introduzidos esquemas gratuitos, por exemplo, o passe de antigo combatente, que tem um custo anual de 6,8 milhões de euros. O Presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, prometeu na campanha eleitoral aprovar transportes públicos gratuitos para “avôs e netos”, promessa que concretizou no ano passado, para residentes com 65 anos ou mais e para estudantes com menos de 23 anos. Os custos estarão a cargo do município. Em Cascais já existe um esquema pioneiro de transporte gratuito, limitado aos autocarros, mas destinado a todos os residentes, trabalhadores e estudantes. O município afirma que o número de utilizadores aumentou.

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