Porto começa ensaios do Metrobus em maio com cinco novos autocarros

17-04-2025

A capital nortenha vai iniciar os testes do Metrobus na primeira ou segunda semana de maio, com a chegada do primeiro veículo que promete melhorar a mobilidade urbana. Sâo esperados mais quatro até ao final de maio, garantiu o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga.

O presidente da Metro do Porto anunciou esta quarta-feira que os ensaios do metrobus vão começar "na primeira/segunda semana de maio", numa altura em que se aguarda a chegada do primeiro veículo, seguido de mais quatro naquele mês.  Os veículos são  autocarros movidos a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional. Custaram  29,5 milhões de euros e foram construídos por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar, incluindo a infraestrutura de alimentação. No total, a obra do metrobus tem um custo avaliado em cerca de 76 milhões de euros.

"Vamos começar a fazer ensaios na primeira/segunda semana de maio", disse Tiago Braga no final da cerimónia de assinatura do contrato de aquisição de 22 novos veículos ferroviários para a frota da Metro do Porto, que decorreu na estação do Campo 24 de Agosto, no Porto. 

Segundo o responsável, "está para chegar o primeiro autocarro", e a Metro do Porto vai "receber mais quatro autocarros durante o mês de maio".

"Os autocarros vêm prontos para fazer ensaios. Nós temos que fazer ensaios na linha [via do metrobus], desde logo de acostagem, verificar como é que funciona o sistema de semaforização inteligente que já está instalado, mas agora temos que equipar os autocarros e perceber como é que é feita a comunicação", detalhou.

Segundo Tiago Braga, haverá "duas semanas de testes" e, depois, "um período de homologação de cerca de um mês".

"A nossa intenção é, no final de junho, termos capacidade de entregar os autocarros para a operação", que ficará a cargo da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

Tiago Braga apontou o arranque da operação para "final de junho/início de julho", mas a data "ainda não está completamente fechada".

O arranque da operação chegou a estar programado para o ano passado.

No dia 23 de agosto a Metro do Porto anunciou que "a empreitada do metrobus ficou terminada", com exceção dos acabamentos nas estações, paisagismo e jardinagem.

À data, discutia-se a possibilidade de autocarros da STCP utilizarem provisoriamente o canal até à chegada dos veículos do metrobus, mas a opção foi abandonada face a testes insatisfatórios.

A não utilização do canal pelos autocarros levou ao seu aproveitamento como ciclovia, tendo já movimentos e associações do setor instado as entidades competentes a repensar o projeto "como um todo", já que se mantiveram duas vias para automóveis na Avenida da Boavista e nenhuma para meios de mobilidade suave, apesar da sua utilização, segundo  noticiou o Porto Canal.

O atraso na chegada dos veículos remonta à anulação do primeiro concurso público para aquisição dos autocarros e do sistema de produção de hidrogénio 'verde', que foi lançado em dezembro de 2022 e anulado, sendo repetido em julho de 2023, oito meses depois.

Já depois da obra praticamente concluída, a Metro do Porto foi anunciando que estava a tentar receber os veículos até ao final de 2024, em janeiro ou fevereiro deste ano, e em fevereiro confirmou a informação adiantada pela CaetanoBus (parte do consórcio vencedor) de que os veículos chegariam nos dois meses seguintes e começariam a circular em maio, segundo a mesma fonte.

Também em fevereiro, a Câmara do Porto considerou "lamentável e inaceitável" a ausência de esclarecimentos sobre o processo e acusou a Metro de falta de transparência, coordenação e articulação, pedindo "respeito institucional".

O metrobus ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

O primeiro serviço ainda não está em funcionamento e a construção da segunda fase, do Pinheiro Manso até à Anémona, vai avançar depois de ter ficado quase oito meses parada por questões judiciais.

 

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